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43ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA

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Ulrich Thomsen, diretor de “Gutterbee”
23 de Outubro de 2019
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Ulrich Thomsen, diretor de “Gutterbee”

“É um olhar sobre a América atual, mas também retrata várias partes da Europa. É um filme sobre identidade, sobre o medo de não ter uma identidade e sobre quem somos nós”



O dinamarquês Ulrich Thomsen começou a carreira como ator de teatro. A partir daí, não parou mais: foi atuar no cinema e depois virou roteirista, diretor e produtor.

Em Gutterbee, seu segundo longa-metragem, Thomsen conta a história cômica de dois homens sonhadores que querem abrir um restaurante de salsichas alemãs em uma pequena cidade dos Estados Unidos.

A partir dessa trama, o filme trata da busca pela identidade na sociedade moderna.

Como você criou os personagens?

A ideia veio da vida real mesmo. A ideia da salsicha já era mais antiga. Todo o conteúdo é baseado em pessoas que conheci, documentários que assisti, coisas que li.

É um olhar sobre a América atual, mas também retrata várias partes da Europa. É um filme sobre identidade, sobre o medo de não ter uma identidade e quem somos nós.

Quando faço comédias, gosto de levar o filme para um lugar diferente. Mas é preciso tomar cuidado para que os personagens não fiquem muito caricatos. Eu queria que fossem reais. Eu não queria ridicularizar nem tirar sarro de ninguém.

Por que você escolheu fazer um filme sobre um restaurante de salsichas alemãs nos Estados Unidos? Esse conflito de culturas é algo que te interessa?

Escolhi porque, na verdade, não há nada mais americano do que a salsicha alemã - essa é a sátira do filme.

É também sobre aceitação de outras culturas. E vai além disso. É sobre: do que temos tanto medo, afinal? O modo como nos comportamos hoje… excluindo os outros, destruindo o mundo, desmatando as florestas, acabando com os peixes. Desde os anos 1950, pensamos que o mundo será infinito, não pensamos no futuro. Bem, o futuro é agora e não podemos mais fazer isso. Temos ainda uma enorme crise de refugiados na Europa, guerras pelo mundo… e acho que as pessoas são confrontadas com suas próprias identidades, elas se sentem vítimas.

Há essa recessão cultural e econômica… acho que isso nos afeta psicologicamente. Em vários lugares da Europa, tem essa onda política de direita. Acho que meu filme retrata tudo isso.

Nos Estados Unidos, também há uma onda de direita...

Sim. No filme, há algumas referências a Donald Trump, do tipo “vamos fazer a América grande de novo”. Eu uso algumas linguagens do Trump, algumas coisas que ele disse, para ajudar nas sátiras. Os Estados Unidos sempre foram aliados e agora parece ser um país estranho. Eu sei que isso não é toda a verdade, eu adoro os Estados Unidos, mas não sinto que esse presidente representa o potencial do país. Também quero mostrar no meu filme que ainda há potencial nos pequenos lugares. Só precisamos limpar nossa mentalidade e, para usar a metáfora do filme, não ter medo das salsichas alemãs. Porque o problema não são as outras culturas ou as pessoas… não são os muçulmanos, nem os judeus, ninguém… e isso vale para todas as mentalidades. Precisamos resolver tudo isso.

O seu filme, então, tem um apelo global. Acha que todos os públicos se identificam com o filme?

Sim, a intenção foi essa. Antes de tudo, é uma comédia, eu quis fazer as pessoas rirem. Fiquei muito feliz que o filme foi selecionado para a Mostra; eu acho que é raro filmes de comédia terem espaço nos festivais de cinema. Geralmente, são dramas, tramas mais pesadas.

Mas, sim, apesar de se passar nos Estados Unidos, acho que tem um apelo global, porque é sobre identidade, quem nós somos e do que temos medo.

Você tem uma longa carreira no teatro e depois migrou para o cinema. Como foi essa transição?

Eu fiz muito teatro depois de me formar, em 1993. Mas, ao mesmo tempo que fazia teatro, fiz filmes também. Em 2001, parei de fazer teatro e fiquei só no cinema.

Falando como ator, acho que é mais fácil fazer cinema. Porque dá para refazer cenas, pode editar, pode dar close up… não estou dizendo que é moleza, mas é mais fácil. Um amigo meu uma vez me disse uma coisa, e acho que ele tem razão: dá para fazer um ótimo filme com atores amadores, mas não dá para fazer uma peça de teatro.

No teatro, há muitas técnicas, de projeção de voz, de atuação…

E na direção? É diferente?

É muito diferente. Dirigir e escrever um filme é muito difícil. Toneladas de livros foram escritos para ensinar direção e roteiro. Tem aquela estrutura básica de roteiro, mas o que realmente conta é o que você coloca lá. Não há fórmula certa.

Editar é outra parte super complicada. Às vezes, você tira dois frames e vê que ficou tudo errado.

E há tanto dinheiro e pessoas envolvidos nas produções. O clima pode impactar a gravação, o humor do diretor impacta a gravação… E você só tem um tempo limitado, tipo 30 dias, para terminar tudo. Se uma cena ou outra não fica boa, tudo começa a desmoronar.

Às vezes, você escreve e acha que é uma ideia ótima; na hora de gravar, você vê que nada daquilo funciona. Uma coisa é você ter a ideia na cabeça, outra coisa é fazer.
Então, é bem complicado, escrever, editar, dirigir. Nesse sentido, é mais difícil que o teatro, eu acho.

Como roteirista, você arrisca a sair dessa estrutura?

Sim. Em “Gutterbee”, eu queria ir um pouco contra a estrutura mainstream. Quis me desafiar bastante. E, assim, você entra em um território desconhecido, mas o resultado pode ser algo bem original. Também pode sair algo totalmente errado. Mas acho que esse elemento do desconhecido e da insegurança pode ser bem interessante.

Uma coisa é você fazer algo que já existe, num molde que já está pronto. Para alguns públicos, acho que isso até funciona. Mas, para mim, não. Eu preciso de algo que me mova, se não, fica chato.

Você atuou por muitos anos e agora é diretor e produtor. Como é ver esse outro lado?

Depois disso tudo, percebo como ser ator é fácil. Eu chegava lá, fazia um teste, pegava o roteiro e pronto. Mas produzindo filmes… nossa, é um trabalho muito maior, leva anos.
Para mim, escalar os atores para o meu primeiro filme foi muito estranho. Porque eu sempre fui o ator chegando lá, tendo dez minutos para provar para o diretor que eu era capaz de fazer o papel. É uma situação constrangedora. Do nada, eu sou o cara que escolhe. E eu passei uma hora com cada um, não só cinco minutos. Eu queria explorar os personagens com eles. Alguns me agradeceram muito por dedicar o tempo a eles e respeitar o trabalho deles.

Como diretor, você tem alguém que te influenciou?

Sim, algumas pessoas. Por exemplo, eu conheci Lars Von Trier quando fiz meu primeiro filme. Ele me parou e me falou que eu ia fazer filmes também. Eu perguntei se ele tinha algum conselho para mim, e ele disse “não escute ninguém”. E aí ele só foi embora. Mesmo que ele goste de provocar as pessoas, ele é sempre sincero. Depois desse primeiro filme, eu entendi o que ele quis dizer. Porque há muitas opiniões, muitas coisas, muitas pessoas, muitas ideias… se você se considera um artista, é preciso seguir suas próprias ideias e ser verdadeiro consigo mesmo. E é assim que você aprende.

Luiza Wolf
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