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43ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA

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Catalina Arroyave Restrepo, diretora de “Os Dias da Baleia”
21 de Outubro de 2019
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Catalina Arroyave Restrepo, diretora de “Os Dias da Baleia”

“Em Medellín, tivemos um período violento com Pablo Escobar nos anos 1980. As pessoas acham que isso é passado, mas não é”



A colombiana Catalina Arroyave Restrepo desenvolveu um projeto complexo para o seu primeiro longa-metragem: ela trata de relações pessoas, mas também das gangues que controlam bairros e dos conflitos nas ruas de Medellin, sua cidade.

Em Os Dias da Baleia, Cristina e Simón são grafiteiros que desafiam uma facção criminosa quando decidem pintar o mural de uma baleia por cima de uma ameaça que o grupo escreveu em uma parede. São jovens que querem deixar uma marca na cidade, ao mesmo tempo que precisam lidar com amor, amizades e conflitos familiares.

Como você teve a ideia para o roteiro de “Os Dias da Baleia”? Como o projeto surgiu?

O filme nasceu de duas emoções diferentes. A primeira é que eu estava nostálgica em relação às pessoas que foram muito importantes na minha vida, que eu amei muito, mas que eu comecei a perder à medida que fui crescendo. Eu queria retratar essas pessoas e o modo como eu me relaciono com meus amigos em um período da minha vida, no qual acredito que os amigos sejam família. Eu queria falar sobre isso, sobre crescer, se apaixonar, acreditar que você é imortal e se sentir confiante sobre o mundo, sobre a vida. Porque acho que você começa a perder isso quando cresce e acaba preso ao sistema, tendo que trabalhar e pagar as contas.

E também tem uma realidade forte e complexa que é presente na minha cidade, Medellin. Eu sempre escutei sobre como há gangues que controlam bairros, mas eu nunca tive que lidar com isso pessoalmente. Mas, quando trabalhei como assistente de direção de outros filmes, eu tive que encarar isso. E percebi como as pessoas não falam sobre isso na cidade.

Nós tivemos um período muito violento nos anos 1980, com Pablo Escobar e tudo que aconteceu com o Cartel de Medellín. As pessoas acham que isso é passado, mas não é. Isso tem consequências até os dias de hoje, e precisamos lidar com essas coisas. Mas é uma situação tão complexa que acho que as pessoas preferem fingir que não veem.

Então, eu quis fazer um filme em que pudesse misturar essas duas coisas. Achei que o mundo do grafite e da arte urbana seria o jeito perfeito de falar sobre ser revoltado e destemido, sobre se rebelar contra a lógica de uma cidade.

E o filme usa o relacionamento dos personagens principais para mostrar um cenário da cidade que vai muito além deles…

Exatamente. Acho que, na última década, não podemos contar mais de 50 longas-metragens que foram feitos em Medellín e por pessoas de Medellín. Eu tenho a impressão que a tendência é de olhar para as ruas da cidade, para os conflitos que estão ali. Eu quis também olhar para dentro dos personagens, para a intimidade deles, acho que isso foi uma das coisas mais importantes para mim no filme.

Como eu disse, eu me senti nostálgica por essas relações, quis trazer isso para o centro do filme. Assim, eu pude falar sobre coisas diferentes e outras realidades da cidade.

Como você escolheu os atores para os papéis principais?

Na verdade, eles não são atores. Eu fiz todo o filme sem atores profissionais, só tive um ator profissional, que interpreta o pai de Cristina. A maioria dos atores são artistas, grafiteiros, rappers, cantores, designers… Isso foi bem interessante para mim. Laura Tobón [que interpreta a personagem principal] é escritora, mas quando a conheci achei ela tão incrível que sabia que ela seria perfeita para o papel.

David Escallón, o outro protagonista, é músico. Mas ele foi incrível, era exatamente o personagem que imaginei para Simón. Eu os encontrei em lugares diferentes, mas eles já se conheciam e eram melhores amigos. E foi como um milagre para mim, eu os vi e pensei: isso é o universo me dando uma chance de fazer esse filme.

Eles não sabiam pintar, não eram grafiteiros, não sabiam atuar. Mas tinha algo entre eles que era tão bonito e poderoso. Eu não resisti, pensei que eles eram perfeitos para os papéis.

Embora eles não sejam atores profissionais, já estavam ligados com outras artes…

Sim, exato! Isso também é algo interessante. Porque, em Medellín, não temos o costume de estudar atuação para filmes. Não temos uma escola de atuação para cinema, só para teatro. Nós só temos alguns projetos, iniciativas novas, que treinam atores para a linguagem do cinema. Mas não temos escolas ou estúdios, nada assim… então, isso foi bem desafiador. Quando você decide dirigir um projeto assim, não dá para contar com a experiência de alguém que estudou para isso; é preciso fazer uma estratégia e decidir como fazer, qual direção seguir.

Eu decidi trabalhar com atores não profissionais, porque os personagens são parecidos com artistas do dia a dia, mas Laura e David precisaram criar os seus personagens e tiveram que se libertar de suas próprias vidas. Acho que foi desafiador para todos nós.

Fazer um primeiro longa-metragem tem muitos desafios. Qual foi a parte mais desafiadora para você?

Bem, acho que o maior desafio para mim, pelo processo todo, foi o medo. Às vezes, eu senti que não ia conseguir fazer: o roteiro, o financiamento, as filmagens, a edição… mas, para mim, a parte mais difícil foi a edição. Eu fiquei muito, muito ansiosa e com medo.

Na etapa da edição, é preciso tomar algumas decisões bem difíceis…

Sim! Para mim, é o momento mais difícil, porque você já fez o que podia fazer, você já filmou, não vai ter outras oportunidades… o material que você tem está todo ali, e pronto. E é a parte que você tem que encarar seus próprios erros e limites, que é a coisa mais difícil. E você precisa entender que filme é esse que está nascendo e se soltar das ideias que você tinha antes, olhar para o filme e entender o que está acontecendo e aceitar isso.

Entender tudo isso, abrir mão de algumas coisas, aprender a olhar para o projeto de outra forma… é muito desafiador.

Em qualquer país, cineastas mulheres têm dificuldades para fazer filmes. Como é ser uma mulher diretora na Colômbia?

É difícil em qualquer lugar do mundo. A gente vem de séculos de uma cultura que não está interessada em ouvir o que as mulheres têm a dizer sobre o mundo. Eu acho muito desafiador em qualquer canto do planeta. Aqui, até temos sorte, porque em outros lugares, as meninas nem podem ir à escola. Isso ainda acontece no mundo hoje.

É muito difícil, especialmente porque acho que você tem que sempre provar que você é capaz. As pessoas não acreditam que você consegue fazer o trabalho. É sempre preciso se provar, mostrar aos outros e provar a si mesma que você é capaz. Isso é muito cansativo.

Luiza Wolf
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