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43ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA

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David Charles Rodrigues, diretor de “Gay Chorus Deep South”
19 de Outubro de 2019
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David Charles Rodrigues, diretor de “Gay Chorus Deep South”

“Converse com gentileza e escute o que o outro tem a dizer; a chance dele te escutar é infinitamente maior”



Um pé no Brasil, outro nos Estados Unidos - e ainda um quê da Grécia. David Charles Rodrigues, diretor de Gay Chorus Deep South, tem tudo isso. De família grega e brasileira, ele morou em Belo Horizonte e em São Paulo, e então se mudou para São Francisco, nos Estados Unidos.

O documentário Gay Chorus Deep South acompanha o Coro de Homens Gays de São Francisco, que tem 300 artistas, em turnê pelo sul do país, apresentando-se em igrejas, salas de concerto e centros culturais.

O filme participou do Festival de Tribeca, no qual recebeu o Prêmio do Público.

Confira abaixo a conversa com o diretor:

Como surgiu a ideia para o documentário?

Eu fiquei muito abalado com as eleições de 2016, nos Estados Unidos. Eu trabalhei muito nas eleições, ajudando as pessoas se registrarem - porque lá, é preciso se registrar para votar - e a gente estava torcendo muito para o Trump não ganhar. O que realmente me preocupou nem foi o resultado da eleição, mas a divisão no país. Enquanto essa divisão continuar, e ela só cresce, é muito mais fácil para a política manipular o povo, e é isso que eles [os políticos] querem. Comecei a procurar histórias que unissem as pessoas.

Um dia depois da eleição, eu li a notícia que o San Francisco Gay Chorus faria uma turnê pelo sul dos Estados Unidos. Foi a única notícia que vi, de gente que realmente tinha chance de fazer algo que desse resultado e que unisse as pessoas, especialmente pelo poder da música e da presença, porque viajar juntos é algo muito forte, para você combater a discriminação.

O sul dos Estados Unidos tem fama de ser mais conservador. Você sentiu discriminação nessa viagem? Passou por alguma situação tensa?

A realidade é um pouco mais complexa, e eu quis mostrar isso no filme. Passamos três meses no sul, para poder realmente dar uma voz contemporânea e mostrar todas as facetas que a região tem.

Existe realmente o lado conservador. A gente recebeu ameaças, teve ameaça de bombas nas igrejas. Em uma igreja extremista onde tentamos filmar, um segurança apontou uma arma para mim e ameaçou atirar em mim. Essas coisas aconteceram. Mas isso foi 10% da experiência. Os outros 90% foram positivos e lindos.

Tem comunidades gays e trans muito fortes lá. Tem uma comunidade evangélica maravilhosa lá. Algumas facções dentro da religião cristã estão virando os maiores ativistas em prol da causa LGBT na região. Para mim, essa foi a grande surpresa. Inclusive, a gente estava em dúvida se tínhamos conseguido captar a tensão. Depois que eu e meu editor vimos o material, vimos que a surpresa do filme não era o esperado. E, sim, o inesperado: essas igrejas abrindo os braços para a comunidade LGBT de uma forma que eu nunca imaginei.

É surpreendente, porque as igrejas passam uma imagem de conservadorismo…

Eu tinha a mesma opinião. E a grande virada do filme, e da minha experiência pessoal e do coral, foi que fomos lá querendo abrir a cabeça e o coração das pessoas, mas foi a nossa cabeça e o nosso coração que se abriu para esse mundo.

Aprendemos uma coisa muito profunda: para poder criar a ponte entre o lado liberal e o conservador, os dois lados precisam abrir a cabeça. Eu sou uma pessoa liberal, e a gente acha que tem a cabeça aberta. Mas descobri que quando você senta para conversar com alguém com opinião diferente da sua, age com gentileza e escuta o que ela tem a dizer, a chance de ela também te escutar é infinitamente maior.

Acho que o grande ensinamento do filme é: inicie uma conversa com gentileza e escute o outro lado.

E como você conheceu o coral? Você já o conhecia antes do documentário?

Não. Eu o conheci por causa do documentário mesmo. Eu morei em São Francisco por cinco anos, eu sabia do coral. Eu não sou gay, nem sou do sul dos Estados Unidos, mas sempre fiz parte da comunidade. Desde que eu morava em Belo Horizonte e em São Paulo.

Mas, no primeiro dia que filmamos, foi num ensaio deles. Eu nunca vi uma família de outcasts [deslocados] assim. São 300 pessoas diferentes - esqueça a sexualidade; são diferentes em estilo, raça, peso, tinha gente de tudo quanto é jeito, e era uma família.

Eu sempre tive dificuldade de pertencer a um grupo. Quando eu era adolescente, eu jogava basquete, andava de skate e tinha banda de hardcore, mas nenhum dos grupos me aceitava totalmente justamente porque eu circulava por vários grupos diferentes. E eu não sou uma pessoa muito séria, então o povo do cinema também não gosta muito de mim [risos].

Quando eu vi essa sala cheia de gente completamente diferente, criando música e se amando como uma família, eu realmente vi esperança. Essa foi minha conexão emocional e, ao longo do processo, eu acabei virando parte dessa família também.

E o coral aceitou que você gravasse o filme na hora ou houve alguma negociação com os artistas?

Na verdade, foi todo um processo. Tinham dois outros diretores e produtores, mais estabelecidos do que eu, que queriam fazer o filme. Então, fizemos uma concorrência. E eu tive a sorte de já ter um relacionamento com o Airbnb, que estava financiando o projeto - foi o primeiro filme independente que eles financiaram. Mas é um filme de baixo orçamento, e eu sabia que não teríamos dinheiro para entrevistar muitas pessoas e contar 300 histórias.

Eu e meu produtor marcamos uma reunião com o presidente e o diretor do coral. Antes dessa reunião, eu escrevi 20 perfis de personagens, que seriam bons para a narrativa. Eu mostrei para o coral, e eles perguntaram se eu era vidente, porque eles tinham exatamente essas pessoas ali.

A gente acabou fazendo casting com essas 20 pessoas, acabamos seguindo cinco delas no filme. Isso ajudou não só a encontrar as pessoas, mas acho que deu confiança para o coral, eles acreditaram que nossa intenção era genuína e que entendíamos a proposta deles.

Os artistas do coral viram o filme pronto?

Sim! Foi um dos momentos mais emocionantes. Tivemos uma primeira sessão só com a diretoria e as pessoas principais do filme; isso já foi bem emocionante. Mas depois fizemos uma sessão para os 300 membros do coral, em São Francisco, e foi a coisa mais linda do mundo. Foi muito legal.

Você é brasileiro. Como é exibir seu filme na Mostra?

Desde que o filme estreou no Festival de Tribeca, eu tinha o objetivo de fazê-lo entrar na Mostra. Primeiro por um motivo pessoal: eu cresci vindo na Mostra e aprendi cinema na Mostra - eu não tive dinheiro para estudar em uma escola de cinema . Desde os 16 anos, eu pegava um ônibus de Belo Horizonte, ficava na casa de uma amiga minha, que também era cinéfila, para ver os filmes da Mostra. A gente via cinco filmes por dia. Eu fiz isso por uns seis, sete anos seguidos. Então, a Mostra é muito especial para mim.

E tem também outro lado muito importante. Eu tenho família e amigos aqui no Brasil, eu sei que o momento que vocês passam aqui é difícil. Acho que meu filme pode virar um espelho pra esse momento e talvez seja mais impactante, porque os brasileiros vão ver as histórias de outras pessoas. Às vezes, você precisa ver como outras pessoas estão vivendo para refletir sobre sua própria vida. Eu espero que tenha esse efeito.

Luiza Wolf
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