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Paxton Winters, diretor de “Pacificado”
20 de Outubro de 2019
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 Paxton Winters, diretor de “Pacificado”

“Os primeiros meses foram difíceis. Acho que os moradores ficaram desconfiados sobre o real motivo de eu estar lá mas, aos poucos, a comunidade foi se abrindo.”



Há cerca de oito anos, tentando driblar a alta dos preços dos aluguéis no Rio de Janeiro, o diretor americano Paxton Winters, que já vivia na cidade, acabou aceitando o convite de um amigo para morar na favela Morro dos Prazeres. Lá, não só encontrou um lar, como também gravou o filme Pacificado -- vencedor de três prêmios no Festival de San Sebastián, entre eles, a Concha de Ouro de melhor filme. O longa conta a história de Tati (Cassia Gil), uma garota de 14 anos que tenta manter sua mãe (Débora Nascimento) longe do vício, e de Jaca (Bukassa Kabengele), um ex-traficante que finalmente está livre depois de passar anos na cadeia. Abaixo, leia a entrevista completa com o diretor:

Como foi ver o seu filme sendo premiado no Festival de San Sebastián?

Foi surpreendentemente bom. Acho que ninguém do filme estava esperando todos os prêmios. Nem aparecíamos nas listas de favoritos. A sensação é a de que entramos no festival no último minuto. E já estávamos nos sentindo muito gratos só de estar na competição. Então, foi bastante chocante que ganhamos não apenas um prêmio, mas muitos. Mas, igualmente excitante foi que, na primeira exibição do filme, o público nos aplaudiu em pé durante cinco minutos. Esse, definitivamente, foi o melhor prêmio.

E como você foi morar no Morro dos Prazeres?

Antes de me mudar para o Rio de Janeiro, morei em Istambul [Turquia] por 18 anos. Eu filmei um longa e uma série de TV por lá, mas também gravei muitas reportagens para emissoras europeias e americanas. Me mudei para o Brasil e comecei a fazer reportagens também. E muito trabalhos eram na favela, onde acabei conhecendo o Magalhães, que trabalha como fixer [profissional da área da produção cinematográfica]. Ele começou a me convidar para o morro, para ir a churrascos e festas. Fiquei amigo dele, dos amigos dele e de sua família também.

E quando foi que se mudou efetivamente?

Já faz uns oito ou nove anos. Eu ia voltar para a Turquia, porque os aluguéis estavam muito caros e não tinha como bancar um lugar muito caro. O Magalhães, então, me convidou para morar no Morro. Isso foi pouco antes da Olimpíadas no Rio [em 2016], quando teve um boom econômico. Para ser bem sincero, inicialmente disse não. Depois eu pensei na razão de não querer me mudar para lá e me dei conta que era porque estava com medo. Como quase tudo na minha vida envolve a superação dos meus medos, então eu pensei que me mudaria e ficaria só de quatro a seis meses, até o preço dos aluguéis voltarem ao normal.

Como foi a sua chegada no Morro?

Os primeiros meses foram difíceis. Acho que os moradores ficaram desconfiados sobre o real motivo de eu estar lá, mas meus amigos davam risada e diziam para eu me acalmar, porque realmente demoraria um tempo até eu fazer parte da comunidade. Aos poucos, a comunidade foi se abrindo para mim.

E logo teve a ideia de fazer o filme?

Eu só tive a ideia de fazer o filme depois de três anos morando lá. Como fui professor por alguns anos no Haiti, em uma escola de cinema para jovens, eu já ensinava eles a contarem suas próprias histórias. Então, eu falei com o meu amigo Magalhães para fazermos alguns curtas de histórias da favela. Como jornalista, eu apenas ouvia, fazia perguntas e contava histórias que as pessoas da comunidade gostariam de ver. Começamos a filmar com os mais jovens, como a Cassia (atriz principal de Pacificado). Na época, ela tinha por volta de nove anos.

Como acabou virando um longa, então?

Alguns produtores de Nova York, como Lisa Muskat e Darren Aronofsky, souberam e me perguntaram por que, em vez de fazer os curtas, não fazia um longa. Eu disse que queria só fazer algo para a comunidade, com a comunidade. Era mais sobre o processo. Mas eles insistiram, dizendo que eu tinha uma perspectiva privilegiada, por morar lá. Então, na verdade, foi um filme que nasceu da comunidade. Todos os figurantes são da comunidade, todas as locações são lá dentro, as jovens atrizes são da comunidade...

E como o Darren Aronofsky entrou para o projeto?

Nós somos amigos, então ele me ouvia falar sobre o projeto. E me pediu para mandar o roteiro. Eu mandei o texto para a equipe dele e gostaram. Aí ele disse que queria ver algum material gravado, então fizemos algumas gravações com jovens atores. Ele gostou e perguntou como poderia ajudar. Foi aí que encontramos os produtores brasileiros, Paula Linhares e Marcos Tellechea, que realmente fizeram o filme acontecer. Muitos disseram “não” para nós, porque não queriam fazer um filme na favela, mas Marcos e Paulo realmente se arriscaram e acharam uma maneira de financiar o filme.

E como foi o período de gravação dentro da favela, você enfrentou dificuldades?

O filme foi uma colaboração, então a comunidade aceitou o projeto como algo deles. A dificuldade foi mais no começo, porque as autoridades do Estado não queriam que eu gravasse no Morro dos Prazeres; queriam que eu rodasse o filme em Tavares Basto, onde gravam a maioria dos filmes do tipo. Então, basicamente, eu tive de fazer uma reunião e explicar que desenvolvi o projeto com a comunidade e era importante manter tudo lá dentro. Por sorte, me autorizaram a gravar lá. A comunidade foi bastante solidária e tornou tudo mais fácil, o que não quer dizer que não havia violência. Mesmo sendo uma favela pacificada, houveram dias que tivemos de suspender as filmagens, por causa dos tiroteios.

E como você fez a seleção do elenco?

No início, eu queria usar apenas atores que eram da favela, mas os produtores brasileiros entraram para o projeto e trouxeram a Fox. Aí virou um projeto maior e uma das primeiras coisas que me disseram foi que eu teria que me certificar que todos fossem atores profissionais. No início, ficaram um pouco receosos de eu trabalhar com a Cassia, porque ela nunca tinha atuado antes. Mas, no fim, ela acabou se tornando um dos pontos altos do filme. E eu sempre fui um grande fã da Léa Garcia, então pedi que ela fizesse o papel da avó. Ela é ótima, é uma profissional muito talentosa e generosa. Espero fazer outro projeto com ela.

E você pretende gravar um novo filme no Brasil?

Com certeza, eu ainda moro aqui. Ainda tenho minha casa no Morro dos Prazeres.

Você comentou que inicialmente sentiu medo de se mudar para o Morro. Acha que esse medo já foi superado?

Com certeza. Uma coisa é visitar a favela e ir a uma festa ou churrasco, mas morar é completamente diferente, porque de fato acontecem tiroteios. Então, quando você mora em um lugar, e escuta tiroteios é algo bastante estressante. E você pensa em todas as pessoas que não tem outra alternativa. Eu poderia ter saído.

Depois do primeiro mês morando lá, toda vez que acontecia [um tiroteio], eu pensava: “Basta, o que estou fazendo aqui? Vou embora”. Mas, no dia seguinte, a vida volta ao normal tão rapidamente. E a comunidade é tão acolhedora e todo mundo permanece junto. Parece que, por causa da violência, as pessoas ficam ainda mais próximas. Então, acredito que não só apenas superei meu medo, como acabei me sentindo em casa.

Bárbara Stefanelli
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