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43ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA

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Invisibles

Invisibles
Direction
Isabel Coixet , WIM WENDERS , FERNANDO LEÓN DE ARANOA , MARIANO BARROSO , JAVIER CORCUERA
Screenplay
Isabel Coixet, Wim Wenders, Fernando León de Aranoa, Mariano Barroso, Javier Corcuera, Elena García Quevedo
Cinematography
Emili Guirao, David Omedes, Jordi Abusada, Alberto Venzago
Producer
Javier Bardem
Edition(s)
31ª

Invisibles

Invisibles
  • |
  • 107 minutos
  • |
  • P&B, digital
  • |
  • 2007
Spain

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This is a story of stories. It’s the desire to give voice to some of those who have been silenced by indifference and a modest tribute to those who never looked the other way. Above all however it represents the intention of five influential directors to make the real-life and its unique protagonists visible, those who we would prefer to continue believing are invisible. The initiative headed by Spanish actor Javier Bardem - producer of the documentaries – celebrates the 20th anniversary of the Spanish section of the Médecins Sans Frontières and intends to get some sense of justice to people forgotten in the world by governments, corporations, institutions and citizens. Wim Wenders, in Invisibles Crimes, tells about mass rape during the Congo civil war. In Letter to Nora, Isabel Coixet provides an account of some of the victims of sleeping sickness, a disease which currently affects 18 million people in Latin America. Javier Corcuera examines in The Voice of the Stones the long-term effects of violence against rural workers in Colombia. Good Night, Ouma, by Fernando León de Aranoa, gives voice to the civil population and children who became soldiers at the Uganda’s war. Two different ways of using pharmaceutical ingredients, in Africa and France, are taken in Bianca’s Dream, by Mariano Barroso.

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Isabel Coixet
Isabel Coixet

Born in Barcelona in 1960. Her first short film, Mira Y Verás (1984) was presented at Mostra. She directed features films like Things I Never Told You (1996), Those Who Love (1998), My Life Without Me (2003), The Secret Life of Words (2005, 30th Mostra), a segment of Paris, Je T’aime (2006, 30th Mostra), Invisibles (2007, 31st Mostra), Elegy (2008), Map of the Sounds of Tokyo (2009), Yesterday Never Ends (2013, 37th Mostra), Another Me (2013), Learning to Drive (2014), Endless Night (2015), The Bookshop (2017), Elisa & Marcela (2019) and It Snows in Benidorm (2020), presented and awarded at film festivals such as Berlin, Cannes, Venice and Toronto.

WIM WENDERS
WIM WENDERS

Born in Düsseldorf, Germany, in 1945. Wenders studied at the Munich College of Film and Television. He is one of the exponents of the New German Cinema of the 1970’s. He directed the features The American Friend (1977, 3 rd Mostra), Hammett (1982, 8 th Mostra), The State of Things (1982, 8 th Mostra), winner of the Golden Lion at Venice Film Festival, Tokyo-Ga (1985, 10 th Mostra) and Paris, Texas (1984, 13 rd Mostra), Golden Palm at Cannes Film Festival. He also directed Until the End of the World (1991, 16 th Mostra), Nick’s Movie (1980, 15 th Mostra), Ode to Cologne (2000, 26 th Mostra), Land of Plenty (2004, opening film of the 28 th Mostra) and Don’t Come Knocking (2005, 29 th Mostra). In 2010, he designed the poster art for the 34 th Mostra, that screened a retrospective of his filmography, and came back to São Paulo for the opening of an exhibition of his photographs at Masp. He also directed a segment of the film Invisible World (2012, 35 th and 36 th Mostras), produced by Mostra. The Salt of the Earth (2014), co-directed by Juliano Ribeiro Salgado, Every Thing Will Be Fine (2015) and Submergence (2017) are some of his recent films.
FERNANDO LEÓN DE ARANOA
FERNANDO LEÓN DE ARANOA

Born in Madrid, Spain, in 1968. Graduated in cinema from Complutense University in Madrid. After a long career as screenwriter, he directed his first feature, Familia, in 1996. He also directed Mondays in the Sun (2002, 26th Mostra), awarded at the San Sebastián Film Festival, Princesas (2005, 30th Mostra) and Invisibles (2007, 31st Mostra).
MARIANO BARROSO

que nos enche de coragem, nos livra da culpa da estagnação e convoca a viagens e releituras. E nos enche os olhos e a mente com poesia e musicalidade, nostalgia e modernidade, olhando para o passado e para o futuro com a certeza de quem conclama mudanças no presente. Aproveita a fama rapidamente criada como talento emergente numa Alemanha paranóica com o seu próprio futuro, mesmo como expoente do movimento Novo Cinema Alemão, parte para os Estados Unidos a fim de render uma série de homenagens a vários de seus ídolos. Uma ao ator e diretor Dennis Hopper, com O Amigo Americano (Der Amerikanische Freund, 1977), outra aos diretores Nicholas Ray e Samuel Fuller, os três atuando nesse mesmo filme. Reinventa a sua modernidade com um filme neo-noir e envolve-nos ao mesmo tempo com a admiração pela novelista Patricia Highsmith, seu inspirado personagem Tom Ripley, e ainda presta homenagem indireta a Alfred Hitchcock que a adaptou no cinema com Pacto Sinistro (Strangers on a Train, 1950). A sinceridade de Wim Wenders é estimulante. A sua peregrinação americana prossegue surpreendendo. Os seus filmes envolvem espectadores com personagens e roteiros que são capazes de levar o martírio de um cinéfilo às últimas conseqüências. Retorno a Nicholas Ray, o mítico diretor de Johnny Guitar (1954) e Juventude Transviada (Rebel Without a Cause, 1955) e roda com ele O Filme de Nick (Lightning Over Water, 1980), para registrar a sua morte lenta e real. A inventividade de Wim Wenders permitia-nos escapes excitantes, mesmo provocando conflitos com ícones admirados em comum. Foi o caso na fascinante homenagem ao escritor de novelas policiais Dashiel Hammett, a alma do film noir, a um custo caríssimo. Hammett, de 1982, também foi rodado nos Estados Unidos e gerou conflitos com o produtor que tanto admiramos como cineasta - Francis Ford Coppola. Entre as tumultuadas filmagens e interrupções, volta à Europa para rodar O Estado das Coisas (The State of Things), em 1982. Sem que pudesse imaginar, esse filme se tornaria um símbolo de resistência contra a ditadura militar brasileira, depois de ganhar o Leão de Ouro no Festival de Veneza. No dia 20 de outubro de 1984, com mais de mil pessoas lotando a sessão de O Estado das Coisas no Cine Metrópole, cinema infelizmente desaparecido, chegam os agentes da Polícia Federal com uma ordem para interromper a 8ª Mostra Internacional de Cinema. Em O Estado das Coisas, uma equipe de cinema está em Portugal motivada pela própria autobiografia de Wenders, com as dificuldades de um cineasta em realizar o seu filme sem conseguir se livrar da opressão do produtor. Tudo começou um mês antes da 8ª Mostra ser inaugurada, quando partimos ao desafio ao governo em seu último ano de ditadura, processar a União e obtendo vitória judicial para poder, pela primeira vez em oito anos de existência, fazer um festival sem submeter a seleção dos filmes à censura prévia. A Mostra reagia por todos esses anos de humilhação. Uma semana depois, o governo federal cassaria a liminar e interromperia a Mostra para o espanto de todo o mundo. E justamente no curso da projeção de O Estado das Coisas... Li com voz embargada e lágrima nos olhos, diante de uma platéia espantada, a decisão judicial de acabar com a Mostra livre censura. Enquanto isso, no auge da criação, Wim Wenders se refaria do impacto do filme americano anterior, ganhando a Palma de Ouro em Cannes de 1984 com Paris, Texas. Impecável modernidade com roteiro de Sam Shepard sobre buscas e perdições, interpretações de Harry Dean Stanton e Natassja Kinski e música de Ry Cooder. O admirável cineasta-cinéfilo leva-nos ao Japão pouco depois com o diário-documentário Tokyo-Ga, em forma de peregrinação e reverência ao grande mestre Yasujiro Ozu. Foi Wenders quem abriu em 1985 os olhos de novas gerações ao cinema do grande mestre japonês. Observamos na obra de Wim Wenders a sua capacidade de despojamento, sempre se fazendo parecer muito menor diante dos ícones de sua (nossa) formação cultural. Com ele aprendemos sobre o grande poder motriz da humildade. Ao percorrer cenários japoneses e seus rituais tão bizarros quanto fascinantes, Wenders comporta-se com a disciplina de um pupilo e faz notar o quanto japonês e universal é o inestimável legado cinematográfico de Ozu. A admiração por Wim Wenders foi crescendo a cada revelação e a cada surpresa de seus filmes. O mais emocionante de todos dessa fase foi certamente a sua antecipada demolição do Muro de Berlim com Asas do Desejo (Wings of Desire, 1987). Anjos singelos atrevem-se a ignorar a existência do abominável muro e a sobrevoam indiferentes às fronteiras, atrás das almas que devem guardar. Asas do Desejo foi, merecidamente, o Prêmio do Público da 12ª Mostra, em 1987, e inseriu-se imediatamente na galeria dos seus filmes para sempre cultuados. Inesquecíveis ainda os anjos enxergarem em preto e branco e só verem as cores ao virar mortais pelo ‘pecado’ de se apaixonar por seres vivos... É notável também o igualmente surpreendente talento e a generosidade de Wim Wenders em prestigiar talentos musicais para agregar valores em seus filmes. “Minha vida foi salva pelo Rock’n Roll. Porque foi esse tipo de música que, pela primeira vez na minha vida, me deu um sentimento de identidade, o sentimento de que eu tinha o direito de aproveitar, imaginar e fazer alguma coisa”, revela Wenders em seu sítio oficial www.wim-wenders.com. A galeria de músicos convidados para os seus filmes é imensa - Ry Cooder, Daniel Lanois, Willie Nelson, U2, Bono, Nick Cave, BAP, Wolfgang Niedecken, Ronnee Blakley e Lou Reed, além de conseguir o feito mundial de resgatar talentos em grupo como em Buena Vista Social Club, de 1998. Com esse documentário musical Wenders deu uma extraordinária sobrevida a um grupo extraordinariamente talentoso de músicos cubanos. Ou como fez ao resgatar a história de três bluesmen marcantes - Blind Willie Johnson (1902-1947), Skip James (1902-1969) e J.B. Lenoir (1929-1967), em A Alma de um Homem (The Soul of a Man, 2003), seu longa dentro da série Blues, e que novamente venceu o Prêmio do Público, na 27ª Mostra. Wim Wenders justifica a escolha dos três bluesmen por identificar neles características comuns: “estavam à frente de seu tempo, escreveram suas próprias músicas, eram cantores e instrumentistas completos e morreram desconhecidos e esquecidos”. Bastava isto para atribuir o Prêmio Humanidade da 32ª Mostra Internacional de Cinema a Wim Wenders. Ele enriquece com seus gestos e filmes a galeria dos indicados anteriores ao Prêmio Humanidade da Mostra, que foram Manoel de Oliveira, Eduardo Coutinho e Amos Gitai. E, portanto, atenção aos filmes escolhidos por Wim Wenders com carta branca. Finalmente a Mostra vê em cores o seu anjo da guarda. Leon Cakoff
JAVIER CORCUERA

ISABEL COIXET Nasceu em Barcelona, Espanha, em 1960. Estreou em 1984 com o curta Mira y Verás, que integrou a seleção da 9ª Mostra. Participou também do filme coletivo Paris Te Amo, selecionado para a 30ª Mostra. A Vida Secreta das Palavras conquistou o prêmio Lina Mangiacapre no Festival de Veneza 2005 e ganhou quatro prêmios Goya 2006, foi selecionado para a 30ª Mostra. Invisíveis foi exibido na 31ª Mostra. WIM WENDERS Nasceu em 1945, na Alemanha. Participou de várias Mostras: O Amigo Americano (3ª Mostra), Hammett e O Estado das Coisas (8ª Mostra), Tokyo-Ga (10ª Mostra e 27ª Mostra), Asas do Desejo, vencedor do Prêmio do Público na 12ª Mostra e Paris, Texas (13ª Mostra). Dirigiu, ainda, O Filme de Nick (15ª Mostra), Até o Fim do Mundo (16ª Mostra) e Ode a Colônia (26ª Mostra), além de dois segmentos de projetos coletivos: A Alma de um Homem (parte da série The Blues) – vencedor do Prêmio de Público da Mostra – e um dos episódios de Dez Minutos Mais Velho – o Cello, ambos na programação da 27ª Mostra. A 28ª Mostra exibiu Terra da Fartura e Estrela Solitária esteve na 29ª Mostra. FERNANDO LEÓN DE ARANOA Nasceu em Madri, em 1968. Esteve na Mostra com Família (22ª Mostra) e Segunda-Feira ao Sol (27ª Mostra). Princesas participou da 30ª Mostra. MARIANO BARROSO Nasceu em Barcelona, em 1959. Aos 28 anos, mudou-se para Los Angeles, onde estudou no Instituto Americano de Cinema. Dirigiu telefilmes e filmes para cinema como Ecstasy (1996), Kasbah (2000) e Ants in the Mouth (2005). Suas premiações incluem os festivais de Toulouse, Berlim e Londres, além dos prêmios Goya, Círculo da Crítica de Nova York e Luis Buñuel. JAVIER CORCUERA Estudou Cinema no Peru e Ciências Visuais na Universidade Complutense de Madri. Fez curtas e longas, a maioria documentário. Suas premiações incluem Prêmio da Crítica no Festival de San Sebastián e Prêmio do Festival de Cinema de Havana. É co-diretor do Festival Internacional de Cinema do Saara. CARTA BRANCA A WIM WENDERS - PRÊMIO HUMANIDADE 2008 Wim Wenders tem carta branca da Mostra Internacional de Cinema para programar o que quiser. Ele é um dos autores mais presente ao longo das edições da Mostra e da nossa história de cinéfilos. Sempre corajoso em manifestar as suas inquietudes frente a um mundo com signos enganadores de modernidade, Wenders manifesta seu inconformismo com perturbadora sagacidade, presença de espírito, inovação e constante busca de fórmulas inovadoras de expressão. Mutante e suficientemente corajoso, nunca escondeu o seu fascínio pela cultura popular americana e seus ícones que povoam o nosso imaginário. Fascínio confesso com crítica, não deslumbramento que nos enche de coragem, nos livra da culpa da estagnação e convoca a viagens e releituras. E nos enche os olhos e a mente com poesia e musicalidade, nostalgia e modernidade, olhando para o passado e para o futuro com a certeza de quem conclama mudanças no presente. Aproveita a fama rapidamente criada como talento emergente numa Alemanha paranóica com o seu próprio futuro, mesmo como expoente do movimento Novo Cinema Alemão, parte para os Estados Unidos a fim de render uma série de homenagens a vários de seus ídolos. Uma ao ator e diretor Dennis Hopper, com O Amigo Americano (Der Amerikanische Freund, 1977), outra aos diretores Nicholas Ray e Samuel Fuller, os três atuando nesse mesmo filme. Reinventa a sua modernidade com um filme neo-noir e envolve-nos ao mesmo tempo com a admiração pela novelista Patricia Highsmith, seu inspirado personagem Tom Ripley, e ainda presta homenagem indireta a Alfred Hitchcock que a adaptou no cinema com Pacto Sinistro (Strangers on a Train, 1950). A sinceridade de Wim Wenders é estimulante. A sua peregrinação americana prossegue surpreendendo. Os seus filmes envolvem espectadores com personagens e roteiros que são capazes de levar o martírio de um cinéfilo às últimas conseqüências. Retorno a Nicholas Ray, o mítico diretor de Johnny Guitar (1954) e Juventude Transviada (Rebel Without a Cause, 1955) e roda com ele O Filme de Nick (Lightning Over Water, 1980), para registrar a sua morte lenta e real. A inventividade de Wim Wenders permitia-nos escapes excitantes, mesmo provocando conflitos com ícones admirados em comum. Foi o caso na fascinante homenagem ao escritor de novelas policiais Dashiel Hammett, a alma do film noir, a um custo caríssimo. Hammett, de 1982, também foi rodado nos Estados Unidos e gerou conflitos com o produtor que tanto admiramos como cineasta - Francis Ford Coppola. Entre as tumultuadas filmagens e interrupções, volta à Europa para rodar O Estado das Coisas (The State of Things), em 1982. Sem que pudesse imaginar, esse filme se tornaria um símbolo de resistência contra a ditadura militar brasileira, depois de ganhar o Leão de Ouro no Festival de Veneza. No dia 20 de outubro de 1984, com mais de mil pessoas lotando a sessão de O Estado das Coisas no Cine Metrópole, cinema infelizmente desaparecido, chegam os agentes da Polícia Federal com uma ordem para interromper a 8ª Mostra Internacional de Cinema. Em O Estado das Coisas, uma equipe de cinema está em Portugal motivada pela própria autobiografia de Wenders, com as dificuldades de um cineasta em realizar o seu filme sem conseguir se livrar da opressão do produtor. Tudo começou um mês antes da 8ª Mostra ser inaugurada, quando partimos ao desafio ao governo em seu último ano de ditadura, processar a União e obtendo vitória judicial para poder, pela primeira vez em oito anos de existência, fazer um festival sem submeter a seleção dos filmes à censura prévia. A Mostra reagia por todos esses anos de humilhação. Uma semana depois, o governo federal cassaria a liminar e interromperia a Mostra para o espanto de todo o mundo. E justamente no curso da projeção de O Estado das Coisas... Li com voz embargada e lágrima nos olhos, diante de uma platéia espantada, a decisão judicial de acabar com a Mostra livre censura. Enquanto isso, no auge da criação, Wim Wenders se refaria do impacto do filme americano anterior, ganhando a Palma de Ouro em Cannes de 1984 com Paris, Texas. Impecável modernidade com roteiro de Sam Shepard sobre buscas e perdições, interpretações de Harry Dean Stanton e Natassja Kinski e música de Ry Cooder. O admirável cineasta-cinéfilo leva-nos ao Japão pouco depois com o diário-documentário Tokyo-Ga, em forma de peregrinação e reverência ao grande mestre Yasujiro Ozu. Foi Wenders quem abriu em 1985 os olhos de novas gerações ao cinema do grande mestre japonês. Observamos na obra de Wim Wenders a sua capacidade de despojamento, sempre se fazendo parecer muito menor diante dos ícones de sua (nossa) formação cultural. Com ele aprendemos sobre o grande poder motriz da humildade. Ao percorrer cenários japoneses e seus rituais tão bizarros quanto fascinantes, Wenders comporta-se com a disciplina de um pupilo e faz notar o quanto japonês e universal é o inestimável legado cinematográfico de Ozu. A admiração por Wim Wenders foi crescendo a cada revelação e a cada surpresa de seus filmes. O mais emocionante de todos dessa fase foi certamente a sua antecipada demolição do Muro de Berlim com Asas do Desejo (Wings of Desire, 1987). Anjos singelos atrevem-se a ignorar a existência do abominável muro e a sobrevoam indiferentes às fronteiras, atrás das almas que devem guardar. Asas do Desejo foi, merecidamente, o Prêmio do Público da 12ª Mostra, em 1987, e inseriu-se imediatamente na galeria dos seus filmes para sempre cultuados. Inesquecíveis ainda os anjos enxergarem em preto e branco e só verem as cores ao virar mortais pelo ‘pecado’ de se apaixonar por seres vivos... 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Lenoir (1929-1967), em A Alma de um Homem (The Soul of a Man, 2003), seu longa dentro da série Blues, e que novamente venceu o Prêmio do Público, na 27ª Mostra. Wim Wenders justifica a escolha dos três bluesmen por identificar neles características comuns: “estavam à frente de seu tempo, escreveram suas próprias músicas, eram cantores e instrumentistas completos e morreram desconhecidos e esquecidos”. Bastava isto para atribuir o Prêmio Humanidade da 32ª Mostra Internacional de Cinema a Wim Wenders. Ele enriquece com seus gestos e filmes a galeria dos indicados anteriores ao Prêmio Humanidade da Mostra, que foram Manoel de Oliveira, Eduardo Coutinho e Amos Gitai. E, portanto, atenção aos filmes escolhidos por Wim Wenders com carta branca. Finalmente a Mostra vê em cores o seu anjo da guarda. Leon Cakoff
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