Hawks and Sparrows

On a deserted road, a man (Totó) and his son (Ninetto Davoli) come across a talking raven. At a given moment, the raven changes them into two Franciscan friars, and they find themselves obliged to preach to hawks and sparrows. “I have never made a film as disarming, as frail, and delicate as this one. It does not resemble my previous films, nor is it like any other film. His surrealism has little to do with historical surrealism, but fundamentally with the surrealism of fables”, says Pasolini. Also, according to the director, the film is a parable on the crisis of Marxism (represented by the raven) in Italy in the fifties. “Totó and Ninetto represent innocent Italians who are not involved in the story: that attain primary notions of awareness when they encounter Marxism in the likeness of the raven”, adds the Italian director.

Pasolini nasceu em Bologna, em 1922. Romancista, poeta, com ampla formação humanista e também marxista, passou ao jornalismo, onde se notabilizou por toda a Europa como um dos grandes polemistas entre os intelectuais italianos da modernidade. Daí para o cinema foi um passo natural. Pasolini "aprendeu" por si só a colocar em imagens um pensamento de alta densidade intelectual. Estreou com "Accatone" (1961), torturadamente realista, já um clássico. Sua filmografia inclui títulos fundamentais: "Mamma Roma" (1963), "O Evangelho Segundo São Mateus"(1964), "Gaviões e Passarinhos"(1966), "Édipo Rei" (1967), "Teorema" (1968), "Medéia" (1969), "Pocilga"(1970), e a "Trilogia da Vida", com "Os Cantos de Canterbury", "Decameron" e "As Mil e Uma Noites", verdadeiros estudos de antropologia social. "Saló" foi seu último filme, antes do brutal assassinato do qual foi vítima, em 1975, de uma certa maneira por ele mesmo profetizado no epílogo de "Accatone". "Saló" é também uma espécie de testamento suicida: cruel, inconformista, debochado e ultrarealista.

43ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA

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