43ª Mostra
  • Films
  • Director
  • Editorials
  • Tribute
  • Jury
  • Interviews
  • News and Events
  • Mostra Journal
  • Podcast
  • Photos
  • Videos
  • III Fórum Mostra
  • Cinema Alemão: por Mariette Rissenbeek
  • Restorations
  • Staff Members
  • Acknowledgments
Versão Português
VignettePoster
  • 43ª MOSTRA
  • Films
  • Director
  • Editorials
  • Tribute
  • Jury
  • Interviews
  • News and Events
  • Mostra Journal
  • Podcast
  • Photos
  • Videos
  • III Fórum Mostra
  • Cinema Alemão: por Mariette Rissenbeek
  • Restorations
  • Staff Members
  • Acknowledgments
  • Info
  • General Info
  • Find the Theathers
  • Mostra Central
  • Press
  • Tickets
  • Partnerships
  • Apoiadores
  • Roteiro Gastronômico
  • Hospedagem
  • Instituições
  • ABMIC
  • Books
  • DVDs
  • Archive

43ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA

info@mostra.org

X
home > Interviews >
Renato Martins, diretor de “Relatos do Front”
30 de Outubro de 2018
Compartilhar
Tweet
<     >
“O Brasil está insistindo em ir no caminho da privatização da segurança pública. E quando você começa a pagar para proteger sua vida, é porque realmente chegamos ao fundo do poço.”



O documentário sobre segurança pública no Brasil, Relatos do Front foi filmado na cidade do Rio de Janeiro e reúne relatos de pessoas que vivem ou viveram a rotina de combate entre tráfico de drogas e polícia. O longa apresenta diferentes lados de uma mesma tragédia e faz refletir se a solução é combatê-la com ainda mais violência. Abaixo, leia a entrevista com o diretor:

Como surgiu a ideia de fazer o documentário?

O documentário surge de uma parceria que eu fiz com o policial civil Sergio Barata, que também é consultor do meu roteiro de longa-metragem, que venho desenvolvendo há alguns anos. E como o roteiro está demorando, porque é minha primeira ficção, pensei em fazer um documentário em cima das pesquisas que a gente fez e das histórias que a ouvimos. Então decidi fazer esse documentário, porque tínhamos bastante material.

E como chegou aos personagens que aparecem no filme?

Em 2008, eu trabalhei como produtor-executivo de um filme chamado Depois Rola o Mocotó [de Debora Herszenhut e Jefferson Oliveira], que foi rodado no Complexo do Alemão. Na ocasião, tive contato com um garoto que era formado no tráfico e queria sair. E aí, depois de um tempo, esse garoto consegue sair. A história dele é encantadora e está no nosso filme.

E tem a história do próprio Sergio Barata, que é um policial civil com uma cabeça muito boa, com visões críticas da polícia, e que gosta muito de ser policial. Tive a vontade de colocar esses dois pensamentos dentro de um filme. Acrescentando, queria ouvir as mães que tiveram seus filhos vitimados por conta dessa guerra.

Então você escutou vários lados deste conflito para fazer o documentário?

A ideia era fazer um filme em que a gente desse voz para quem normalmente não costuma ter: um ex-traficante, um policial e as mães. E acabou que dobrou, porque falei com dois policiais, um ex-traficante e um ex-presidiário e cinco mães. Esse foi o eixo principal de conversa: falar sobre segurança pública e violência no Estado do Rio de Janeiro e no Brasil, pelo olhar e ponto de vista dessas pessoas, que estão neste front de batalha.

A que dados você chegou durante a gravação e as conversas?

Vimos que a polícia do Rio vai na contramão do que acontece em todos os países que realmente fizeram uma política efetiva de segurança pública, que não usam armas, que trazem outras possibilidade e recursos. A principal “arma” destes países contra a violência é a educação, a saúde, o saneamento básico, a cidadania. Não só a polícia.

E o que mais te surpreendeu ao se aprofundar no tema da segurança pública?

O que mais me chocou e que me choca todo dia é uma manchete do jornal O Globo que está no filme, inclusive. A manchete relata que, a cada dia, 30 crianças e adolescentes morrem no nosso país. Isso é uma coisa chocante e inadmissível. Como que permitimos e aceitamos que, todos os dias, 30 crianças e adolescentes morram no nosso país? Em 2017, tivemos entre 60 e 63 mil homicídios. Vivemos em um país que mata mais que a Guerra da Síria. O que está acontecendo aqui? Esses são números de genocídio, são números de guerra.

Por que você falou que a solução para acabar com a violência é investir na educação e na saúde?

Eu tive a oportunidade de conhecer outros países. Estive nos Estados Unidos, na Europa, na Oceania, na Austrália... Em qualquer desses lugares, a educação funciona. Quando existe uma preocupação com a criança e o jovem, você vê que o país é menos violento, mais próspero e igual. Nesses lugares, tem pobre e tem rico, mas não tem miséria. A maioria é classe média, que trabalha e tem renda, lazer, transporte de qualidade, saúde e, principalmente, educação.

Mas por aqui insistimos em não valorizar a educação. Por quê?

No Brasil, acho que o projeto de educação e de país está funcionando muito bem, porque foi feito para ser assim. Não é que o país está dando errado, está dando super certo. A gente vive um modelo que foi feito para ser como é. Não é para todo mundo ter acesso à informação e à educação. Não é para todo mundo disputar o mercado de trabalho. Em países menos violentos, você vê que crianças de quatro ou cinco anos já estão indo aos museus e sabendo como foi a história pregressa de onde vivem. Isso cria uma identidade, eles se sentem cidadãos do país e, no Brasil, ainda não criamos isso.

Se queremos ser uma nação, precisamos criar esse indivíduo, com direitos e deveres. As duas coisas precisam andar juntas. Não é só ter deveres. Aqui a gente só paga conta e não consegue se locomover direito. Ainda temos que pagar por saúde, educação e moradia. E agora vamos ter que pagar por segurança. Quando você começa a pagar para proteger sua vida, aí realmente chegamos no um fundo do poço.

Se nosso futuro presidente diz que precisa de mais violência e armas, é porque esse negócio é muito lucrativo. O Brasil está insistindo em ir no caminho da privatização da segurança pública. E a privatização da segurança pública é muito rentável, isso fica claro no filme, com os dados que coletei. E esse é um risco muito grande para as nossas vidas.

Então essa privatização da segurança pública seria um projeto?

Seria, não. Já é, está sendo. Esse projeto está em curso, acontecendo agora mesmo no nosso país.

E no documentário você mostra que tem muito investimento na pasta de segurança pública e, mesmo assim, vivemos nesse clima de insegurança. Por que o cidadão se armar não seria uma solução, então?

Porque não se combate violência com mais violência. Não tem nenhum projeto de sucesso no mundo que tenha combatido a violência com mais violência. Isso não existe. Em segundo lugar, se você fornecer armas para a população, tem que preparar essas pessoas para usá-las. Não basta comprar uma pistola, colocar na cintura e, se vier um bandido, você vai, que nem em um filme de Hollywood, matá-lo. Não é tão simples quanto parece.

Os números mostram que, na maioria dos assaltos, a pessoa te pega quando você está desprevenida. Não existe um duelo marcado. E se você tem uma arma e oferece um tipo de resistência para o bandido, a chance de você ser morto é muito maior. A população armada não vai estar mais segura.

Afirmar isso é uma brincadeira de mau gosto e usar os Estados Unidos de exemplo é desleal, já que eles usam arma na sociedade americana há mais de cinco décadas. O Brasil não tem essa cultura. Se seguirmos assim, em vez de levar as crianças para o museu, tem que começar a levá-las para uma escola de tiro. É essa a proposta que queremos mesmo para o nosso país, em vez de mais educação, cultura e amor?

Bárbara Stefanelli
<     >
43ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA
  • ABMIC
  • Books
  • DVDs
  • Archive
  • 43ª MOSTRA
  • Films
  • Director
  • Editorials
  • Tribute
  • Jury
  • Interviews
  • News and Events
  • Mostra Journal
  • Podcast
  • Photos
  • Videos
  • III Fórum Mostra
  • Cinema Alemão: por Mariette Rissenbeek
  • Restorations
  • Staff Members
  • Acknowledgments
  • Info
  • General Info
  • Find the Theathers
  • Mostra Central
  • Press
  • Tickets
  • Partnerships
  • Apoiadores
  • Roteiro Gastronômico
  • Hospedagem
  • Instituições

 

Lei de Incentivo
Proac

Patrocínio Master 

Itaú

Patrocínio 

SPCINE
São Paulo Capital da Cultura
Cidade de São Paulo
Sabesp
BRDE
FSA
Ancine

Parceria 

Sesc
CPFL Energia

Apoio 

Projeto Paradiso
Imprensa Oficial
Governo do Estado de São Paulo

Copatrocínio 

Petra

Colaboração 

Masp
Renaissance
Prefeitura de São Paulo
Auditório Ibirapuera
Itaú Cultural
Jazz Sinfônica
TV Cultura
Instituto CPFL
Conjunto Nacional
Casal Garcia
Velox Tickets

Transportadora Oficial 

Audi

Promoção 

Folha
Canal Curta TV
Rádio CBN
Telecine
Globo Filmes
TV Cultura
Arte1

Realização 

Mostra
ABMIC
Secretaria Especial da Cultura
Ministério da Cidadania
Pátria Amada Brasil
ABMIC - Associação Brasileira Mostra Internacional de Cinema © 2019