43ª Mostra
  • Filmes
  • Diretores
  • Editoriais
  • Homenagens
  • Júri
  • Entrevistas
  • Notícias e Eventos
  • Jornal da Mostra
  • Podcast
  • Fotos
  • Vídeos
  • III Fórum Mostra
  • Cinema Alemão: por Mariette Rissenbeek
  • Restaurações
  • Equipe
  • Agradecimentos
English Version
VinhetaPôster
  • 43ª MOSTRA
  • Filmes
  • Diretores
  • Editoriais
  • Homenagens
  • Júri
  • Entrevistas
  • Notícias e Eventos
  • Jornal da Mostra
  • Podcast
  • Fotos
  • Vídeos
  • III Fórum Mostra
  • Cinema Alemão: por Mariette Rissenbeek
  • Restaurações
  • Equipe
  • Agradecimentos
  • Informações
  • Informações Gerais
  • Encontre as Salas
  • Central da Mostra
  • Imprensa
  • Ingressos
  • Parceiros
  • Apoiadores
  • Roteiro Gastronômico
  • Hospedagem
  • Instituições
  • ABMIC
  • Livros
  • DVDs
  • Arquivo

43ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA

info@mostra.org

X
home > jornal >

“Arrisquei a vida para ver `O Bandido da Luz Vermelha`“, diz Lucia Murat no Memórias do Cinema
<     >

02 de Novembro de 2015
Compartilhar
Tweet
“Arrisquei a vida para ver `O Bandido da Luz Vermelha`“, diz Lucia Murat no Memórias do Cinema

A cineasta Lucia Murat foi a nona convidada do ciclo Memórias do Cinema, parte da 39ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. “Até hoje vejo obras que me impressionam, mas os que de fato me marcaram foram os que participaram da minha formação”, contou.

Lucia frequentava o Geração Paissandu, um cinema que existia no Rio de Janeiro no final dos anos 60 e que exibia filme de vanguarda, com o atraso da época, que chegava a ser de um a dois anos. “A gente vivia uma Ditadura, os filmes eram censurados, mas tínhamos o Paissandu e o cineclube na faculdade, o que nos permitiu ver toda a cinematografia russa, que era proibida, em projetores 16mm”, relatou a diretora de longas como Quase Dois Irmãos (2003) e Maré, nossa história de amor (2007).

“Em 1967, 1968, alguns daqueles filmes fizeram parte da minha vida e ficaram para a eternidade. Interessante é que naquele momento os filmes não eram algo isolado da vida da gente. Eles faziam parte do nosso dia a dia, das nossas discussões. A gente brincava que o maior barato era não só ver o filme, mas sim discutir o filme na mesa do bar ao lado do cinema”, revelou a cineasta.

Realizadora tanto de projetos de ficção como documentais, Lucia falou sobre dois filmes fundamentais para sua formação. Um deles é A Guerra Acabou, que Alain Resnais dirigiu em 1966. “É um filme que trata de um personagem que integra o partido comunista espanhol e é exilado na França. O que me marcava, além da relação dele com a mulher, eram as discussões com o partido”, relembrou a diretora, que na 39ª Mostra exibe seu mais novo filme, Em Três Atos, com Nathalia Timberg, Andréa Beltrão, Angel Vianna e Maria Alice Poppe.

Já a segunda obra do diretor francês que Lucia considera seminal é Hiroshima Meu Amor, de 1959. “Foi um filme muito comentado na época, de grande destaque. Depois que vivi minha experiência de vida, de tortura, clandestinidade, cadeia, fui rever mais tarde. E o redescobri depois de tudo que passei”, relatou a cineasta, que retratou este período e essas questões em filmes como A Memória que Me Contam (2012) e Que Bom Te Ver Viva (1988).

“Me perguntava como podia ter gostado de Hiroshima Meu Amor sem ter vivido tudo que vivi. É um filme com uma complexidade que quebra todos os clichês que a gente tinha naquele momento em relação à traição, à Segunda Guerra. Nós, que depois que vivemos a luta contra a Ditadura também discutimos aquelas questões. É uma história que tem uma beleza única”, relembrou a cineasta.

O terceiro longa destacado por Lucia foi Acossado, que o mestre da Nouvelle Vague Jean-Luc Godard realizou em 1960, com roteiro de François Truffaut. “Era impossível ser da minha geração e não se deslumbrar por Acossado. Tanto pela quebra que significou no tema quanto pela revolução na linguagem cinematográfica. E por como representava a gente como juventude”, contou a diretor.

Cinema Brasileiro

Já em relação aos filmes brasileiros, Lucia destacou que eram muito mais discutidos e vistos. E destacou dois longas: Deus e o Diabo na Terra do Sol (1963), de Glauber Rocha, e O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla.

“O primeiro é o filme que apresentou o grande cinema brasileiro para minha geração. O barroco do Glauber era impressionante. Nunca mais vamos esquecer”, observou a diretora.

“Já o segundo é engraçado até citar. Isso porque era também de oposição, fazia parte da luta política. Naquele momento, nós jovens participávamos muito de uma discussão sobre como o Cinema Novo era encarado como mais integrado ao Partido Comunista”, contou Lucia. “O Cinema Marginal, que era representado pelo Rogério Sganzerla com O Bandido da Luz Vermelha, também foi a expressão da nossa vida. Foi um filme com uma conotação anarquista. E a gente, que se contrapunha à esquerda tradicional, via naquele filme muito um reflexo da vanguarda que nós nos considerávamos.”

Lucia contou que já estava na clandestinidade quando O Bandido da Luz Vermelha chegou aos cinemas e que este foi o único filme por qual ela se arriscou a própria vida para ver. “Contei isso um dia para o Rogério. Hoje é um pouco piada, mas eu tinha um amigo, que também adorava cinema. E quando O Bandido da Luz Vermelha saiu nós dois estávamos clandestinos. Só que eu disse para ele: ‘Não é possível. A gente tem que ver o filme que nos representa’. E nós estávamos proibidos, pela própria organização, por nós mesmo, de ir à Zona Sul (do Rio) porque éramos procurados”, relatou Lucia.

Mesmo assim, ela e o amigo se arriscaram e foram assistir ao longa em um cinema de Botafogo. “Nós dois com um 38 dentro da bolsa. É o único filme da minha vida que arrisquei a vida para ver. Num certo sentido, isso é mesmo verdade. E tenho um carinho muito grande por ele. Foi um filme que fiquei com muito medo de rever. Ele me lembrava tanto esse meu amigo, que foi assassinado logo depois disso. Mas revi e gostei muito novamente. E isso significou que a história tinha valido a pena, apesar do medo”, contou.

Para concluir, a diretora citou A Regra do Jogo (1939), de Jean Renoir, “um filme que para mim representava muito a questão familiar, a classe média do Rio, as mudanças pelas quais o Rio passou nos anos 60”, definiu. “Este filme corre por fora porque não tinha nada a ver politicamente com aquele momento, mas parecia revelar toda a vivência que a gente tinha socialmente no Brasil na minha adolescência.”

Flavia Guerra

>     >
43ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA
  • ABMIC
  • Livros
  • DVDs
  • Arquivo
  • 43ª MOSTRA
  • Filmes
  • Diretores
  • Editoriais
  • Homenagens
  • Júri
  • Entrevistas
  • Notícias e Eventos
  • Jornal da Mostra
  • Podcast
  • Fotos
  • Vídeos
  • III Fórum Mostra
  • Cinema Alemão: por Mariette Rissenbeek
  • Restaurações
  • Equipe
  • Agradecimentos
  • Informações
  • Informações Gerais
  • Encontre as Salas
  • Central da Mostra
  • Imprensa
  • Ingressos
  • Parceiros
  • Apoiadores
  • Roteiro Gastronômico
  • Hospedagem
  • Instituições

 

Lei de Incentivo
Proac

Patrocínio Master 

Itaú

Patrocínio 

SPCINE
São Paulo Capital da Cultura
Cidade de São Paulo
Sabesp
BRDE
FSA
Ancine

Parceria 

Sesc
CPFL Energia

Apoio 

Projeto Paradiso
Imprensa Oficial
Governo do Estado de São Paulo

Copatrocínio 

Petra

Colaboração 

Masp
Renaissance
Prefeitura de São Paulo
Auditório Ibirapuera
Itaú Cultural
Jazz Sinfônica
TV Cultura
Instituto CPFL
Conjunto Nacional
Casal Garcia
Velox Tickets

Transportadora Oficial 

Audi

Promoção 

Folha
Canal Curta TV
Rádio CBN
Telecine
Globo Filmes
TV Cultura
Arte1

Realização 

Mostra
ABMIC
Secretaria Especial da Cultura
Ministério da Cidadania
Pátria Amada Brasil
ABMIC - Associação Brasileira Mostra Internacional de Cinema © 2019