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43ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA

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Fernando E. Solanas, diretor de “Viaje a los Pueblos Fumigados”
30 de Outubro de 2018
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“Mesmo com tudo proibido, a Argentina amanheceu com a notícia de que havia um filme de quatro horas e que era uma denúncia muito forte contra a ditadura. Todo mundo queria ver”



O argentino Fernando E. Solanas esteve sempre atento à política de seu país. Gravou seu primeiro longa-metragem, La Hora de los Hornos, de forma clandestina, em codireção com Octavio Getino. Com quatro horas de duração, o filme era uma denúncia à ditadura da época.

Em 1976, Solanas foi exilado pelo governo - retornou à Argentina apenas em 1983, com a volta da democracia. Dirigiu algumas ficções, até 1998, e depois voltou-se novamente aos documentários. Hoje, é senador em seu país natal.

Além de La Hora de los Hornos, a 42ª Mostra exibe o novo documentário de Solanas, Viaje a los Pueblos Fumigados, que aborda os impactos sociais e ambientais do modelo agrícola transgênico com agrotóxicos.

Como foi gravar “La Hora de los Hornos” de maneira clandestina, em uma época em que a Argentina estava sob regime militar?

Na época, imperava uma ditadura que não era tão dura, ainda. Obviamente havia presos políticos; os opositores importantes eram detidos. Mas havia notícias sobre isso, e 98% dos detidos eram presos de forma quase "legalizada". Na ditadura que veio depois, em 1976, o governo passou a achar que ter presos políticos na cadeia era um motivo para a agitação política. Então, os opositores simplesmente desapareciam. Foi uma ditadura genocida, na qual desapareceram 10, 20, 30 mil pessoas.

Eu lancei o filme em 1968. A ditadura começou em 1966, e eu já estava gravando. Para filmar La Hora de los Hornos, eu tive que fechar a boca e não contar para ninguém sobre o que eu estava fazendo.

Em 1955, um golpe de estado tirou [Juan Domingo] Perón do poder. Eu comecei a juntar muito material, imagens de arquivo, e depois montei projeções em casa, em formato 16mm. Depois, passei a montar um grupo para começar a filmar, e aí foi muito importante a participação de Octavio Getino. Formamos uma equipe muito pequena, de quatro ou cinco pessoas.

O Octavio estava com você no grupo Cine Liberación, que defendia o uso do cinema como ferramenta de contestação política. Como foi a criação do grupo?

O grupo se formou à medida que fomos filmando La Hora de los Hornos. Não o formamos para fazer o filme especificamente. Foi algo natural.

Filmamos tudo, mas o problema era terminar o filme na Argentina. Consegui terminá-lo em Roma, a convite de três diretores de cinema que trabalhavam juntos: os irmãos Taviani, muito conhecidos, e Valentino Orsini. Eles tinham uma produtora onde todos os diretores italianos finalizavam seus filmes, como Paolo Pasolini e Marco Ferreri. Eu levei à Itália 170 latas de filme.

Vocês resolveram dividir o filme em três partes pelo tamanho dele?

Sim. Eram tantas latas que dividimos o filme em partes, para serem vistas separadas. Porque não se podia ver quatro horas seguidas de filme, ainda mais de um documentário que exige do espectador, não é um filme leve, de ação ou de comédia. Então, a primeira parte era um filme de denúncia e agitação; a segunda, de reflexão, de balanço das lutas populares; e a terceira parte era sobre as propostas distintas para a liberação.

Como os argentinos assistiram a “La Hora de los Hornos” sob censura?

Mesmo com tudo proibido, a Argentina amanheceu com a notícia de que havia um filme de quatro horas e que era uma denúncia muito forte contra a ditadura. Foi um escândalo. As pessoas se perguntavam como era possível. Nesse mundo de censura, toda a Argentina queria ver o filme [risos].

Eu trouxe a primeira cópia do filme ao país. Outros companheiros foram trazendo pedaços de negativo do filme, em 16mm. Havia três laboratórios em Buenos Aires e eu tinha amigos que faziam as cópias.

O mais extraordinário foi a difusão do filme. As pessoas queriam tanto ver o longa, e isso ganhou uma força tão grande que se criou um circuito de exibição paralelo. Porque não tínhamos onde passar o filme, mas sabíamos que havia um público que queria ver algo assim. Então, as pessoas iam exibindo o documentário nas suas casas, em depósitos, em sindicatos, em salões… as sessões recebiam, no máximo, 40 pessoas por vez. Mais de 60 grupos se formaram, estudantis e sindicais, para projetar o filme.

Seus documentários posteriores tratam de temas variados. Como é a escolha desses temas?

Em 2001 e 2002, quando houve a grande crise na Argentina, quis fazer filmes como La Hora de los Hornos, mas eles precisavam ser contemporâneos. E aí nasceram oito documentários. O primeiro foi Memória do Saqueio (2004); o segundo, A Dignidade dos Ninguéns (2005, 29ª Mostra); o terceiro, Argentina Latente (2007), que tinha entrevistas com técnicos, professores e cientistas; o quarto [La Próxima Estación, 2008], sobre a crise do transporte; o quinto [Terra Sublevada, 2009, 35ª Mostra], sobre a crise petroleira... então, escolho os grandes temas da Argentina. O tema da saúde, agora, é importantíssimo, junto com habitação, transporte e energia. E há a problemática social, com os indigentes, desempregados...

Em “Viaje a los Pueblos Fumigados”, por que você escolheu falar sobre agricultura e agrotóxicos?

Bom, é um grande problema na Argentina. Houve uma revolução na produção e uma catástrofe, porque já são 22 anos de castigo ao solo com agrotóxicos. Além disso, os efeitos negativos sobre a vida da população são muito graves. E não se vê os efeitos da contaminação, mas sabemos que são muito fortes. A contaminação ataca, sobretudo, a genética e as funções cerebrais, que controlam todo o organismo. É um desastre.

Nas zonas rurais, dobraram ou triplicaram os casos de câncer, diabetes, hipotireoidismo e má formações. Há abortos prematuros. Nascem bebês sem uma perna, sem um olho... É um horror. E isso, em geral, não se denuncia. Os próprios pais não denunciam porque têm vergonha e vivem com culpa, porque pensam que são incapazes de gerar um bebê normal.

“Viaje a los Pueblos Fumigados” será lançado no Brasil? Por aqui, também temos o mesmo problema...

Acho até que é pior no Brasil porque vocês são o primeiro produtor mundial de soja. Gostaria de lançar o filme aqui. É meu segundo país.

Luiza Wolf
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